Capacitismo: um termo para aprender, falar e desconstruir o preconceito

Você já ouviu falar sobre capacitismo?

O termo pode soar estranho ou ser desconhecido para grande parte das pessoas por ser relativamente novo, porém, nada mais é que o preconceito, muitas vezes velado, contra pessoas com deficiência.

É muito comum ver autistas e familiares relatarem, diariamente, dificuldades que enfrentam ao lidar no dia a dia com pessoas que demonstram pouco entendimento sobre o autismo. Esses obstáculos são reflexos do capacitismo.

Então, vamos juntos nesse caminho de ampliar saberes e olhar com respeito às mais diversas possibilidades de vida para aprender sobre capacitismo e desconstruir o preconceito?

Vem com a gente!

O que é capacitismo?

Em algum momento, você já deve ter ouvido ou se perguntado sobre esse termo. Afinal, o que é capacitismo?

O conceito de capacitismo é utilizado para se referir a um grupo de pessoas com deficiência que, ao longo da história, vêm tendo suas capacidades subjugadas, o que envolve exclusão, preconceito e discriminação vivenciado por essas pessoas.

Como o termo diz, envolve uma pré-concepção sobre as capacidades que uma pessoa tem ou não devido a uma deficiência, e geralmente reduz uma pessoa a essa deficiência.

Isso se dá, geralmente, por meio de atitudes veladas e, por isso mesmo, imperceptíveis.

E como ele pode afetar o autista e seus familiares?

O capacitismo pode afetar o autista e seus familiares de diversas formas. Uma delas é o uso de expressões e termos que inferiorizam pessoas com deficiências. Muitas vezes, essas expressões já estão naturalizadas em nosso vocabulário.

Sendo assim, vemos que uma sociedade capacitista é aquela que não enxerga uma pessoa com deficiência com a mesma competência.

Presumem incompetência, por exemplo, quando não falam diretamente com a pessoa autista, por acreditarem que ela não será capaz de entender, ou tratam um adulto com deficiência como se ele fosse uma criança.

Também é capacitismo lugares que são planejados apenas com base na experiência corporal de pessoas sem deficiência, ou seja, lugares inacessíveis para PCDs.

No mercado de trabalho

De acordo com estudo realizado pelo Grupo Croma publicado em novembro de 2020, 71% das pessoas com deficiência entrevistadas acreditam que as empresas têm preconceito em contratar pessoas com deficiência. Além disso, 32% já sofreram discriminação por apresentar alguma deficiência.

Assim, os dados mostram a realidade que muitas pessoas sofrem ao tentar passar por um processo seletivo ou para exercerem suas funções no trabalho.

O que podemos fazer para contribuir para desconstruir preconceitos?

Para desconstruir preconceitos e sermos menos capacitistas, é preciso que estejamos dispostos a aprender e, principalmente, a ouvir pessoas autistas.

São eles que podem explicar como é o dia a dia de quem vive com o transtorno, como percebem e como lidam com seu autismo, o que sentem quando se deparam com casos de preconceito e de que forma é possível apoiá-los.

Ver filmes, ler livros e acompanhar pessoas com autismo nas redes sociais também é muito importante nesse caminho, assim como compartilhar com amigos e familiares o aprendizado.

Vamos conhecer alguns desses nomes para seguir e acompanhar? Veja aqui.

Então, vamos juntos ver exemplos de termos capacitistas para tirar do vocabulário?

Talvez você nem perceba, mas muitas expressões comuns do dia a dia reforçam esse preconceito. Eliminar essas frases e palavras do nosso vocabulário, portanto, é uma forma de ajudar a construir ambientes de convivência mais respeitosos.

Alguns exemplos:

Dar uma de João sem braço

Não ter um braço é uma condição física, não comportamental. Não ter um braço, portanto, não significa que a pessoa é preguiçosa.

Dá pra substituir por: “a pessoa é preguiçosa”, “fugiu da responsabilidade ou “se fez de desentendida”.

Falar “que mancada?”

Mancar não é sinônimo para errar.

Dá pra substituir por “dar uma gafe”, faltar com o compromisso, errar.

Está cego/surdo?

Poder ver ou ouvir não tem nada a ver com a capacidade de prestar atenção no que está sendo dito ou mostrado.

Dá pra substituir por “você prestou atenção no que eu disse/mostrei?”, “você poderia me responder o que te perguntei?”.

Fingir demência

A demência é um grupo de sintomas caracterizado pela disfunção de pelo menos duas funções do cérebro como a memória e o discernimento.

Não é algo que se escolhe ou se finge ter e nem deve ser associado ao comportamento negativo de alguém.

Dá pra substituir por “fingir-se de desentendido”.

“Fulano agiu igual um retardado”

A afirmação ofensiva pode ser substituída por uma postura de empatia com a pessoa no intuito de entender quais os motivos dessa atitude.

Dá pra substituir por “não gostei da atitude de fulano”.

Colocando em prática: influenciadores autistas e o autismo em séries e livros que abordam esse tema para conhecer mais e desfazer o preconceito

Agora que aprendemos um pouco sobre o capacitismo, nada melhor do que fortalecer esse aprendizado, não é mesmo?

No blog do Instituto SER, compartilhamos uma série de 8 influenciadores autistas que vêm conquistando cada vez mais espaço nas redes sociais contando detalhes sobre rotina, como lidam com episódios de crise, expondo suas características e refletindo sobre capacitismo, o preconceito contra pessoas com deficiência.

Além disso, também disponibilizamos um artigo com 10 personalidades autistas que se declaram autistas para que, diante delas, possamos nos livrar — e livrar os outros — de amarras e de padrões que aprisionam e reduzem pensamentos, sonhos, planos e vidas.

Para quem prefere assistir séries, filmes e também ler livros sobre o tema, também temos um artigo com várias indicações que caminham pelo conhecimento e inclusão e que podem ser compartilhados em casa, com a família, que colocam as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) como protagonistas.

Aproveitamos ainda para compartilhar com vocês um artigo sobre tudo que é preciso saber para conscientização do autismo e TEA.?

Para seguir com a leitura, é só clicar aqui 😊

O SER é mantenedor da Clínica e da Escola Terapêutica Transdisciplinar  Modalidade Educação Especial de 1° ao 9° ano. Para saber mais, acesse o nosso site.?

Até o próximo!

Referências

Portal Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Genial Care
Autismo e Realidade
Jornalista Inclusivo
Autista Anônimo

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Tumblr

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *